sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

PRIMEIRO AMOR

COMPONENTE TEÓRICA


O amor é uma coisa que traz sempre duvidas e ansiedade.

A paixão tem sido descrita como um estado iminentemente patológico, obsessivo, fora do mundo, solitário e íntimo, não compreendido por quem não a viva.

Um adolescente apaixonado diz “ amo-te” sem pensar que alguém considere esta declaração como uma “pirosice”. As palavras e os actos de dois apaixonados, não podem ser medidas, pois só tem sentido para outro, e o significado das palavras perdesse na plenitude da paixão. Com certeza todos nós passamos por uma fase idêntica e a única coisa que podemos fazer é sermos compreensivos. Cada amor tem a sua época, uns diferentes dos outros - uns com mais ‘luz das velas’ outros menos; uns com cartas de amor outros com mensagens de telemóveis - mas todos eles se focam no mesmo princípio: agradar e conquistar a pessoa amada.

Contudo, a paixão consome energia, tempo, querer, ser. Consome os jovens em voragem – a voragem da liberdade. Alias, qualquer paixão, qualquer amor, pressupõe entrega. Física e intelectual.

Um adolescente nesta fase da vida, anda mais aluado, um tanto mais dedicado ao assunto ‘Amor’ o que pode ser divertido de se visualizar e de se recordar. Os primeiros passos que se dá são sempre os mais difíceis e os mais receosos que um adolescente passa. Galantear e exercer a arte da sedução. Antigamente os namoricos se davam na altura das festas santas, pois era o lugar onde tinha muita gente e se podia fugir dos pais. Hoje é na escola. Na mesma turma ou em turmas diferentes, mas lá se encontram casaizinhos de mãos dadas pelo recinto da escola ou então o rapaz a levar os livros ou a pasta da amada. A leva-la até á porta da sala, arriscando-se a chegar tarde á própria aula. A ‘matar’ aula ou a levá-la até a sua casa…todos os momentos livres que podem ter eles aproveitam.

Porque andarem de volta do telemóvel constantemente? Até na mesa o telemóvel tem de estar presente? Pois bem, a resposta é simples. Antigamente as cartas demoravam tempo a chegar (senão iria acontecer a mesma coisa) e pagava-se o envio, muitas das vezes arriscava-se a que estas caísse em mãos erradas. Hoje com a facilidade das novas tecnologias enviar as ‘cartas’ é mais fácil e económico. Para os adolescentes o tempo que passam na escola a namorar é pouco, então fazem do telemóvel a ponte de ligação para com a pessoa amada. Para eles toda a conversa que tem juntos é importante, mesmo que a conversa seja sobre “ o que estas a fazer?”. Aqui notasse que se esquecem do que é necessário preservar: o “eu”, eles próprios, a estrutura básica que permite gozar esse amor que transcende as próprias capacidades.

Este esquecimento pode ser considerado como um desinvestimento nas outras áreas da sua vida, bem como da incompreensão por parte dos pais e educadores, que estão bastante mais preocupados com o sucesso escolar, o futuro profissional ou, até, com os programas familiares de fim de semana. Esta preocupação é natural. No primeiro amor dos filhos, são eles que fazem as regras, pois um adolescente não consegue estabelecer regras para com o seu amado, nem para ele mesmo. Daí os pais serem os ‘velhos’, os ‘chatos’ que não percebem nada, que não sabem o que eles estão a sentir…pois é, os adolescentes não conseguem entender que muitas das vezes os pais ao serem ‘chatos’ é porque sabem o que eles estão a passar e como sabem como poderá acabar eles andam sempre em cima deles. Aqui a única coisa que os pais devem ter é paciência e podem aproveitar para se recordarem de como foi o primeiro amor deles. É tão bom recordar as nossas paixões.

Durante o namoro os adolescentes passam pela fase de conhecerem os pontos fracos e fortes da pessoa amada, onde tudo é um ‘mar de rosas’, onde o mundo gira á volta do outro, olhos a brilharem quando se encontram, o calor quentinho a crescer dentro do coração que se espalha por todo o corpo (sendo visível nas maças do rosto), a troca de palavras que o outro gosta de ouvir…momento lindo e cheio de luz que todos nós passamos.

Mas é durante esta fase de conhecimento que as coisas ou se complicam ou então continuam, durando meses ou anos e em alguns dos casos acaba mesmo em casamento. Os primeiros desgostos de amor, normalmente ocorrem devido a coisas - muitas vezes - supérfluas, como ‘mexericos’, ciúmes, desilusão, onde o adolescente se encontra perdido, sem rumo na vida, “com o coração partido”, pois o ‘porto seguro’ que eles tinham até ali já não se encontra mais. Daí a importância de se focarem no ‘eu’. É fundamental para o adolescente nunca se esquecer dele, pois num caso destes a força do ser será a fortaleza. Mas fortalezas maiores e fortes, serão os pais que estão sempre lá, mostrando compaixão e entendimento.

Há adolescente que conseguem ultrapassar isto com alguma facilidade, mas á outros que acabam por cair de tal forma em desgraça que até parece que o mundo acabou ali, que não vale mais a pena viver…por vezes estes desgostos podem levar a doenças tal como a bulimia, anorexia ou pior, onde é necessário a intervenção de psicólogos.

Felizmente amar não mata, pelo contrário, é das melhores coisas do mundo.

Sintomas visíveis do 1º amor:
Pode descobrir estes sintomas numa pessoa apaixonada:
- Divagar, sonhar, ansiar;
- Sempre agarrados ao telemóvel;
- Ouvem musicas diferentes do que o costume;
- Isolam-se mais para poder sonhar;
- Afastam-se mais do grupo de amigos para estarem com a pessoa amada;
- Tentam arranjar encontros ocasionais inventando mil e uma desculpas;
- Para os pais não se aperceberem, cumprem os horários estipulados numa primeira fase, posteriormente se esquecem das horas;
- Mudança de comportamento;
- Preocupam-se muito mais com a aparência física;
- Pedem opiniões sobre o guarda-roupa e penteado;
 - Inventam desculpas para faltar as aulas, para namorarem;
- Baixam o rendimento escolar;
- As raparigas iniciam a depilação – principalmente nas pernas – enquanto os rapazes tendem a mostra-las;


CASO PRÁTICO - O DIARIO DE ANA (este diário contém casos verídicos)


15-10-2008

Querido diário, não sei por onde começar, mas eu estou cheia de dúvidas.

Conheci um rapaz lá na escola que é LINDOOO. Sempre que passo por ele meu coração palpita como um louco, parece que vai sair do meu peito e eu sinto coisas esquisitas no meu estômago. Me sinto quente e envergonhada.

Ele se chama Ruben e é da turma B. Ele joga futebol lá na escola e tem montes de raparigas que gostam dele, mas eu não sei porque, mas ele quando passa por mim ele me olha e sorri…com aquele sorriso branco e brilhante. Ahh eu me sinto nas nuvens, diário…mas eu não sei o que ele vê em mim. Tipo eu sou uma pessoa tão normal…tão desajeitada…como alguém como ele pode reparar em mim?

08-11-2008

Querido diário, na disciplina de Área de Projecto, a minha turma teve que ir entregar um questionário ás outras turmas. Era um questionário sobre a Sexualidade Segura. Bem ao grupo onde eu estava calhou ir á turma B. A turma onde o Ruben está! O MEU DEUS...quando entramos dentro da sala, aquelas coisas que eu sentia quando passava por ele fluíram novamente. Mas desta vez eu não o olhei, preferi olhar para os meus sapatos. Não queria enfrentar aqueles olhares da turma, principalmente os olhos dele. Ainda bem que não fui eu quem distribuiu as folhas, pois eu acho que não era capaz de andar. Nem de pensar eu era capaz…a visualização dos meus sapatos, naquela altura era a melhor coisa.

Quando todos eles acabaram, recolheram as fichas e fomos embora. Diário não sei como, mas no preciso momento que sai da sala dele…eu pode finalmente respirar.

Para a semana a escola acaba. E parece que vou ter notas boas, menos a Matemática, a stora é uma ranhosa que rrrr….

10-02-2009

Querido diário, o 9ºD está a vender uns cartões para o dia dos namorados, em que tu vais lá escreves um postal e eles no dia 14 vão ás salas das respectivas pessoas do cartão. A ideia até é bem fixe, a Rita já foi lá escrever um cartão para o Júlio…coitado ela anda sempre atrás dele e ele foge…bem vamos ver se o cartão vai resultar neles dois.

A escola parece estar eufórica com isso, até eu ando, mas eu não me atrevo a ir lá, á frente daquelas miúdas do 9º ano e escrever um cartão para dar a alguém…alias se eu escrevesse um cartão seria para o Ruben…mas eu tenho vergonha, ele é simpático e pode muito bem nem se lembrar que eu existo…melhor deixar as coisas assim.



14-02-2009

Sabes que dia é hoje certo? Exacto dia dos namorados. E lembraste daquilo que eu te disse da última vez? Da turma do 9ºD estar a vender cartões para depois distribuir neste dia? Pois bem foi isso mesmo que aconteceu. Quando a turma entrou na nossa sala, bem era só gritinhos e mexericos, risos e gozos…

Devias ter visto a cara do Júlio quando recebeu o cartão da Rita, ficou vermelho que nem tomate. Os meus colegas só se riram… a Rita essa não recebeu carta alguma, mas a Diana teve uns 5 cartões…também pudera ela é bonita, veste-se bem e é rica. Eu não gosto nada dela, acho-a uma falsa. A Rita também não gosta dela, chama-a de ‘loira deslavada’ uma vez que ela tem madeixas loiras.

Mas queres saber da melhor parte do dia? Eu também recebi um cartão. A serio!!! Eu nem queria acreditar quando uma das raparigas da turma D disse o meu nome…eu queria-me enfiar num buraco de tanta vergonha que senti, mas lá recebi o cartão. A Rita foi logo roubar o cartão para ver de quem era, mas a assinatura era admirador secreto. Não faço ideia nenhuma de quem se lembraria de me dar um cartão, só sei dizer que aquilo só podia ser um grande engano…eu nem era assim tão bonita como por exemplo a Diana.

No cartão pedia para eu me encontrar com ele no buffet da escola no primeiro intervalo da tarde. ok eu não quis ir lá…tipo como eu reagiria se fosse lá e conhecesse a pessoa do cartão? E se fosse alguém que eu nem sequer conhecia…ou pior fosse feio?

Diário, podes querer que por mim eu nunca tinha ido aquele encontro. Foi a Rita quem me puxou para ir, aliás eu quase fui de rasto…ela estava mais eufórica e ansiosa por conhecer o admirador secreto do que eu.

Chegou o tal intervalo e meu coração era um louco. Eu só gritava para a Rita que não queria ir, que não queria saber desse tal rapaz. O que eu queria era estar quieta, tinha medo de conhecer essa pessoa…

Mas ele foi esperto, porque no buffet tinha muita gente. Era intervalo logo havia muitos miúdos lá. A Rita ficou frustrada, mas não desistiu de encontrar o tal admirador comigo de rasto. Eu aos gritos a dizer para irmos embora, ela só se ria e me dizia que íamos encontrar o tal “zorro”.

Cheguei a um ponto em que me sentei num banco e não quis continuar á procura. A Rita foi sozinha tentar descobrir quem era o tal rapaz…eu não sei como ela iria descobrir tal coisa, mas ela lá foi.

Fiquei sozinha e me pus a olhar para as unhas até que fui abordada por uma voz masculina. Olhei para o dono da voz e os olhos do Ruben estavam postos em mim. Com aquele sorriso lindo que eu tanto gostava…sim diário o admirador secreto era o Ruben.





CONCLUSÃO


Fernando pessoa disse um dia,” O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.” É assim que o amor deve ser vivido, com intensidade, com prazer, com loucuras e se virem um adolescente apaixonado e a fazer ‘cenas tristes’ não se preocupem pois, “O amor é cego, por isso os namorados nunca vêem as tolices que praticam.”William Shakespear
Módulo Relacionamento Empático e Afectivo
Grupo 3 - Ana, Fernanda, Maria, Paula, Mónica

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